Título: Amor é prosa, sexo é poesia
Autor: Arnaldo Jabor
Páginas: 197
Minha Classificação: 3/5
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O livro reúne diversas crônicas de Arnaldo Jabor. Conhecido pela sua acidez seus textos na verdade despertaram em mim uma profunda melancolia. Reunindo fragmentos que explicam sua infância, adolescência e desilusões enquanto crescia em uma família de classe média. Obviamente traz críticas políticas e questionamentos sobre o quanto a sociedade se tornou rasa.
O livro tem um tom de bossa nova que a gente escuta em um barzinho do subúrbio enquanto uma garoa cai lá fora. Apesar de concordar que o Jabor já falou algumas pérolas sempre gostei bastante da sua forma de escrever e esse livro apenas confirmou minha admiração. Alguns trechos trazem detalhes do Rio de Janeiro de décadas passadas e é impossível não se emocionar com detalhes sobre a relação do autor com seu avô.
Abaixo alguns trechos que gostei bastante.
A mulher é poesia. O homem é prosa. Isso não quer dizer que mulher seja do bem e o homem, do mal. Não. Muita vez, seus abismos são venenosos, seu mistério nos mata.
A bunda hoje no Brasil é um ativo. Centenas, milhares de moças bonitas usam-na como um emprego informal, um instrumento de ascensão social. A globalização da economia está nos deixando sem calças. Sobrou-nos a bunda... nosso único capital.
O perigo do sexo é que você pode se apaixonar. O perigo do amor é virar amizade. Com camisinha, há sexo seguro, mas não há camisinha para o amor. O amor sonha com a pureza. Sexo precisa do pecado.
Isso é que fascina e apavora no psicopata: ele toca em nosso mistério.
O homem de hoje tem uma ridícula “liberdade” para nada, para comer sanduíche em lanchonete e acreditar em mentiras.
E o problema continua: como abordar mulheres que parecem paisagens?
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