domingo, 21 de outubro de 2018

O Conto da Aia - Margaret Atwood

O Conto da  AiaAtwood nos leva para um universo distópico onde acompanhamos uma sociedade com uma arquitetura totalmente redesenhada. Na República de Gilead, palco de um governo totalitário onde antes exisita os Estados Unidos, as mulheres perdem totalmente seus direitos e passam a desempenhar funções muito específicas. O livro é narrado por uma das muitas aias de Gilead que conta um pouco dessa nova cultura imposta pelo governo. As mulheres férteis são submetidas a estupros e violência física e psicológica. Algumas mulheres se tornam empregadas, as mulheres casadas com homens mais poderosos se tornam Esposas e podem ficar em casa tricotando sem nenhuma função muito clara. Aos poucos a aia narra como foi a transição abrupta da sua antiga vida, onde ela tinha um emprego, um marido e uma família, e como numa velocidade relativamente grande isso tudo ficou para trás e ela se viu trancada em um centro sendo ensinada que sua única função seria a reprodução. O discurso do governo é muito simples: as mulheres perdiam tempo demais no trabalho, focavam somente na aparência, não estavam cumprindo o objetivo divino e por isso foi necessário uma resposta. A mudança drástica da estrutura de uma sociedade com bases em trechos da bíblia meticulosamente retirados de um contexto maior.

Depois que terminei a primeira temporada da série The Handmaid's Tale decidi ler o livro pois queria conhecer de uma maneira mais densa o universo narrado por Atwood. Não me arrependi. O livro tem um tom mais sombrio que a série, um tom de desesperança e submissão que na série é substituído um pouco. É uma distopia mas a forma como Atwood contextualiza tudo nos faz pensar quanto tempo temos antes de um grupo surgir e decidir implantar a arquitetura de Gilead.


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Melhor nunca significa melhor para todo mundo. Sempre significa pior, para alguns.

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