Boca: uma invenção desperdiçada

Pela manhã peguei meu lindo ônibus, depois de quase levar um banho de uma água podre. Estava lindamente sentada, apreciando a temperatura negativa do ônibus, por que sim, motoristas de ônibus com ar condicionando devem ter paixão pela Antártida, só falta cair neve dentro do querido meio de transporte. Aqui tem um texto do Não Salvo sobre essa incrível maravilha moderna.
Mas voltando a boca, assim que sento no ônibus tenho a oportunidade de acrescentar duas horas de sono a minha rotina, devido a todo o caos no trânsito carioca. Bem, lá estava eu pronta para me deleitar de uma soneca deliciosa e indispensável quanto um grupo de mulheres chegou e ficou na corredor, em pé. Tudo bem até, realmente não tinha lugar. O problema começou quanto elas esqueceram que estava num meio de transporte público, que o relógio marcava seis e quarenta da manhã e que ninguém era obrigado a se sentir no boteco! Os queridos seres pensantes e infelizmente falantes não calaram a boca durante todo o maldito percurso. Era tanta futilidade, tentaram falar de política (o brasil podia ter rei, pelo menos não precisaríamos votar"; religião (budismo é um seguimento do nudismo) e futebol ( impedimento é quanto não pode se mexer). Ouvir esse durante todo o caminho foi me trazendo um ódio no coração que por mim todas as mulheres do mundo estariam mudas por tempo indefinido.
Sério mesmo, se não tem o que falar NÃO fala!